Distribuição geográfica e habitat
Como ler uma infocaixa de taxonomiaRinoceronte-de-java Ocorrência: Pleistoceno - Recente Gravura de Thomas Horsfield, proveniente do Zoological researches in Java, and the neighbouring islands (1824). Gravura de Thomas Horsfield, proveniente do Zoological researches in Java, and the neighbouring islands (1824). Estado de conservação Espécie em perigo crítico Em perigo crítico (IUCN 3.1) [1] Classificação científica Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Infraclasse: Placentalia Ordem: Perissodactyla Família: Rhinocerotidae Género: Rhinoceros Espécie: R. sondaicus Nome binomial Rhinocerus sondaicus (Desmarest, 1822) Distribuição geográfica Distribuição geográfica, histórica e atual [nota 1] Distribuição geográfica, histórica e atual [nota 1] Subespécies †R. sondaicus annamiticus †R. sondaicus inermis R. sondaicus sondaicus Sinónimos ver notas [nota 2] Planície aluvial no Parque Nacional de Cat Tien. O rinoceronte-de-java (nome científico: Rhinoceros sondaicus, do grego rhino, nariz + ceros, corno e sonda, Sonda + icus relativo a) é uma espécie da família Rhinocerotidae e uma dos cinco rinocerontes recentes. Ele pertence ao mesmo gênero do rinoceronte-indiano, possuindo muitas características semelhantes. Difere principalmente no tamanho (sendo menor que seu primo indiano), pelas placas dérmicas menos desenvolvidas, e por diferenças craniais e dentárias. Seus cornos são os menores dentre todas as espécies de rinocerontes e, muitas vezes, podem estar ausentes nas fêmeas. Originalmente, estava distribuído nas ilhas de Java e Sumatra, e através do Sudeste asiático até à Índia, a oeste, e à China, ao norte. Há cerca de 150 anos, sua distribuição já estava reduzida a três populações separadas. Atualmente é encontrado apenas no Parque Nacional de Ujung Kulon, na ilha de Java, Indonésia. A população do Parque Nacional de Cat Tien, no Vietnã, foi extinta em 2010. O rinoceronte-de-java é a mais rara das espécies de rinocerontes, com uma população estimada em menos de 100 indivíduos divididos nas duas áreas de ocorrência. Não há registro de espécimens em cativeiro na atualidade, e o último exemplar em cativeiro morreu em 1907 no zoológico de Adelaide, na Austrália. A perda do habitat e caça predatória, pelo uso de seu corno na medicina chinesa, foram as principais causas da redução populacional desses animais. E hoje, mesmo protegido nas reservas, ainda corre risco devido à perda da diversidade genética, doenças e pela caça ilegal. Devido aos hábitos solitários, raridade, e por viverem numa área de instabilidade política, cientistas e conservacionistas raramente estudaram este animal em campo, sendo consequentemente a espécie de rinoceronte menos conhecida. Índice 1 Distribuição geográfica e habitat 2 Descrição 3 Comportamento 3.1 Dieta 3.2 Reprodução 4 Classificação 4.1 Histórico 4.2 Subespécies 5 Conservação 5.1 Ujung Kulon 5.2 Cat Tien 5.3 Cativeiro 6 Notas 7 Referências 8 Ligações externas Distribuição geográfica e habitat A área de distribuição do rinoceronte-de-java tem vindo a reduzir-se há três mil anos, o que torna incerto o conhecimento da distribuição histórica desse animal. Até meados do século XIX, o rinoceronte-de-java estava distribuído, variando de abundante a escasso, na região de Sundarbans (Bengala Ocidental e Bangladesh), e em Mianmar, Tailândia, Camboja, Laos, Vietnã, Malásia e nas ilhas de Sumatra e Java (Indonésia). Registros nas regiões de Assam e do norte de Bangladesh são escassos e confusos, devido à sobreposição de distribuição com o rinoceronte-indiano e o rinoceronte-de-sumatra.[4] Há apenas um espécime registrado no Butão.[5] Exploradores holandeses do início do século XIX encontraram evidências de rinocerontes em Bornéu, entretanto, sua identificação era incerta, pois o rinoceronte-de-sumatra também habitava a ilha.[2] Estudos recentes em Bornéu demonstraram que a hipótese do rinoceronte-de-java ter existido na ilha não deve ser descartada.[2] Os registros da China são na sua maioria fósseis (do Pleistoceno) ou subfósseis (registros indicam que a partir de aproximadamente 1000 a.C., o limite meridional dos rinocerontes que se estendia ao sudoeste da China, começou a ser reduzido para o sul em cerca de 0,5 km por ano, devido à expansão humana e caça predatória[6]). A partir do século XIX, as populações de rinocerontes estavam isoladas em três regiões principais: Sundarbans e Mianmar adjacente; Indochina; e península malaia, Sumatra e Java. Rinocerontes-de-java foram visto regularmente no Sundarbans até 1892. O último animal morto, segundo registros oficias, foi em 1888, entretanto, aparições escassas e não confirmadas ocorrem até 1908.[7] Em Mianmar, o último registro ocorreu em 1920, na Malásia em 1932, em Sumatra em 1959, e no norte do Vietnã em 1964.[8] No final da Guerra do Vietnã, acreditava-se que o rinoceronte-de-java estava extinto no continente, até ser reencontrado em 1988-1989 nas proximidades do Rio Dong Nai. Até 2010, os rinocerontes-de-java eram encontrados em somente duas localidades: o Parque Nacional de Ujung Kulon, no extremo oeste de Java, e no Parque Nacional de Cat Tien, a cerca de 150 km ao norte de Ho Chi Minh, no Vietnã. A população do Vietnã foi extinta em 2010, quando o último exemplar da espécie foi morto. Lenhadores e caçadores locais do Camboja disseram ter visto rinocerontes-de-java nas montanhas Cardamom, mas as incursões na área não encontraram qualquer evidência de sua existência.[9] O rinoceronte-de-java, primariamente, habita as planícies aluviais, florestas tropicais densas, juncais e canaviais que são abundantes próximo aos rios e áreas pantanosas. Apesar de historicamente preferirem regiões de baixas altitudes, no Vietnã, foram empurrados em direção a regiões mais altas (acima dos 2 mil metros), provavelmente por causa da expansão da população humana.[10]